O empresário Silvio Santos poderá construir um complexo comercial ao lado do Teatro Oficina Uzyna Uzona, no bairro da Bela Vista, no centro de São Paulo.
O Condephaat (Conselho Estadual de Patrimônio), por 15 votos a 7, acatou recurso do Grupo Silvio Santos e voltou atrás em sua decisão de 2016, liberando agora a construção de edifícios na área vizinha ao Teatro Oficina.
O vereador Eduardo Suplicy é um dos mediadores da disputa entre o teatro e o empresário que se arrasta por quase 30 anos. Ele esteve na reunião que definiu pelo parecer positivo ao grupo empresarial, assim como o dramaturgo José Celso Martinez Correa, a figura central do Teatro Oficina.
No entanto, qualquer ação deve estar em consonância com as diretrizes do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio. Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo). A batalha segue nos outros órgãos de patrimônio e há muita luta pela frente.
A construção precisa passar por aprovação do órgão porque o terreno se encontra na área envoltória do edifício tombado do grupo, que tem projeto de Lina Bo Bardi. Para ser construído, o empreendimento ainda deve passar por aprovação do Conpresp e do Iphan, orgãos de patrimônio municipal e federal, respectivamente.
O Teatro Oficina afirma que as construções “encaixotariam” seu edifício, que tem um “janelão” de 100 m2 voltado para o terreno de Silvio Santos. Outro argumento do grupo é de que o empreendimento dificultaria a “contracenação” do teatro com o entorno, o que, segundo eles, é importante para sua dramaturgia.
O voto do conselheiro relator, Fábio André Uema Oliveira, considerou que as construções não prejudicam as atividades do Teatro Oficina e que a “contracenação” mencionada pelo grupo não justifica que se mantenha um terreno vazio.
O recurso da Sisan foi aprovado com o mínimo necessário de 15 votos, ou dois terços dos conselheiros presentes. O dramaturgo Zé Celso, diretor do grupo, e o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) estavam presentes e se manifestaram contra a construção das torres.
À tarde, ele recebeu em seu gabinete representantes da organização Aliança das Águas para uma conversa sobre projetos de segurança hídrica para a cidade de São Paulo.
Final de semana
Os direitos humanos e a Renda Básica de Cidadania foram alguns dos temas de evento ao qual Suplicy compareceu na tarde de sábado. Foi a abertura do encontro setorial do PT de Direitos Humanos, no Sindicato dos Bancários de São Paulo.
No dia seguinte, o vereador esteve presente à reunião da CMP (Central de Movimentos Populares), em São Paulo, onde propôs que a Renda Básica de Cidadania se transformasse em uma das bandeiras do movimento.
A CMP paulista aprovou uma resolução neste sentido, que deverá ser encaminhada para a plenária nacional da entidade. A ideia é que a Renda Básica de Cidadania se transforme em um compromisso a ser assumido pelo próximo presidente da República, que será eleito em 2018
A agenda cultural do vereador foi intensa durante o final de semana. Na noite de sábado (21/10), ele prestigiou a montagem da peça “O Rei da Vela”, de Oswald de Andrade, que foi encenada no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros. O evento celebra os 80 anos de idade do dramaturgo José Celso Martinez Correa e do ator Renato Borghi, que participam da montagem.
Neste domingo (22/10), Suplicy esteve na Livraria da Vila, em Pinheiros, na zona oeste, para o lançamento do mais recente livro da professora e filósofa Marilena Chauí. “Sobre a Violência” apresenta textos que tratam sobre as formas mais óbvias de violência, como a tortura, passando pelas violências de classe, racial e religiosa, incluindo reflexões sobre ética e direitos humanos.
À noite, demonstrando ecletismo, ele foi ao estádio do Morumbi assistir ao segundo concerto da banda irlandesa de rock U2 em São Paulo.