Com limites de velocidades mais altos, as mortes e os acidentes nas Marginais do Tietê e Pinheiros aumentaram neste ano, mas ainda assim o fato não foi suficiente para convencer parte dos participantes da audiência pública sobre o tema ocorrida nesta segunda-feira (19/06).
O evento foi coordenado pelas comissões de Política Urbana 9da qual o vereador Eduardo Suplicy é integrante) e de Trânsito da Câmara Municipal de São Paulo.
O Secretário Municipal de Mobilidade e Transportes, Sérgio Avelleda, argumentou que “as vias têm condição para aumentar a velocidade”. De acordo com ele, a pasta buscou os projetos das marginais para entender a engenharia de tráfego e analisar os problemas.
Para Horácio Figueira, mestre em engenharia de transportes pela USP (Universidade de São Paulo), as marginais Pinheiros e Tietê não atendem os critérios para serem consideradas expressas. “Precisaria ter acostamento e fechar todas as entradas para que isso acontecesse”.
Gilberto de Carvalho, representante da Associação Cidadeapé, pela Mobilidade a pé em São Paulo, chamou a atenção para os riscos que a elevação da velocidade pode trazer para a população. “Grande parte dos acidentes está relacionada ao aumento da velocidade. Por exemplo, ao dirigir mais rápido, o condutor reduz a visão lateral”, opinou.
O pesquisador em Mobilidade Urbana do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Rafael Calabria, concordou. “A nossa defesa é para redução da velocidade e a continuidade dessas medidas de fiscalização e sinalização”, acrescentou.
O representante da Rede Nossa São Paulo, Américo Sampaio, acredita que a Prefeitura precisa aumentar o debate sobre velocidade em todas as ruas. “É necessário rever essa medida e aumentar a segurança nas marginais”, sugeriu.