Predomínio de um marketing agressivo e retrocesso em todos os apectos político-administrativos da gestão pública. Essa é a marca dos primeiros 100 dias do mandato de João Doria à frente da Prefeitura de São Paulo, de acordo com avaliação da bancada do PT na Câmara de São Paulo.
Para os vereadores, nesses primeiros 100 dias de governo, Doria priorizou o marketing pessoal e pouco fez de concreto para enfrentar os inúmeros desafios de São Paulo. Os vereadores petistas listaram cinco riscos que podem piorar a gestão atual da prefeitura:
– Risco de retrocesso político – João Doria vem adotando, gratuitamente, um linguajar cotidiano de desqualificação do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por esta razão, a relação do prefeito com a oposição é muito ruim.
– Risco de retrocesso institucional – O prefeito parece desconhecer os marcos legais da cidade. Extinguiu secretarias criadas por lei, através de decreto, desrespeitando a Lei Orgânica do Município. Vem atropelando as leis que regulamentam convênios, doações e contratações de consultorias. Propagandas do programa Cidade Linda, por exemplo, apareceram nos jogos da seleção brasileira como se fossem inocentes doações de um empresário amigo, e só foram publicadas no Diário Oficial, dias depois, procurando dar um ar de legalidade para um processo ilegal.
– Risco de retrocesso administrativo – Os profundos cortes orçamentários que o governo fez em várias áreas, sendo o mais agudo deles nos Direitos Humanos e na Cultura, ameaçam avanços de duas décadas na relação entre a Prefeitura e movimentos autônomos de periferias, organizações não-governamentais e instituições diversas.
– Risco de retrocesso da gestão pública – A dispersão administrativa leva quase que automaticamente à desarticulação na capacidade de produzir e gerir políticas públicas. Secretarias foram desfeitas, outras se encontram sem norte e muitas dão passos atrás.
– Risco de retrocesso social – A perda da capacidade do poder público de planejar, conceder serviços e fazer o controle dos mesmos rebate diretamente na diminuição do investimento público e na promoção do desenvolvimento econômico e social da cidade. A busca do investimento privado, da parceria com o setor empresarial, não é um substitutivo e não pode degenerar em relacionamento promíscuo do governo com esses agentes, em prejuízo do povo.
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