Audiência pública sobre população em situação de rua (FOTO: GABINETE EDUARDO SUPLICY)
Audiência pública sobre população em situação de rua (FOTO: GABINETE EDUARDO SUPLICY)

 

Houve muita tensão, mas também muita emoção e informação. A audiência pública sobre pessoas em situação de rua, realizada nesta quinta-feira (18/05) na Câmara de São Paulo, deu voz a uma população que costuma ser invisível para boa parte da sociedade e também para o poder público.

“Corrija-me se eu estiver enganado, padre Júlio Lancelotti, mas essa é a primeira fez que as pessoas em situação de rua teve a chance de falar livremente na Câmara e diretamente para secretários municipais”, afirmou o vereador Eduardo Suplicy ao final do evento.

Suplicy é o presidente da Comissão Extraordinária Permanente de Direitos Humanos da Câmara e coordenou os trabalhos da audiência pública, que contou também com a presença do secretário municipal de Assistência Social, Felipe Sabará, e das vereadoras Sâmia Bomfim (Psol) e Soninha Francine (PPS).

Organizada para ouvir as pessoas em situação de rua e elencar suas reivindicações, a audiência teve relatos de desespero, de violência policial, muitas denúncias sobre mau atendimento nos albergues e falta de assistência por parte da Prefeitura de São Paulo.

A grande reivindicação, e que ficou patente que é o principal problema para as pessoas em situação de rua, é a falta de moradias e de políticas públicas na área de habitação. Foram mais de 20 depoimentos de pessoas que estão nas ruas e em todos a questão da falta de local de abrigo esteve presente.

A necessidade de melhorar os serviços de acolhida aos moradores de rua e a revogação do decreto que retirou o parágrafo que proibia a GCM (Guarda Civil Metropolitana) de recolher colchões e cobertores dessa população foram outros dos principais problemas relatados.

O secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Felipe Sabará, anotou as demandas apresentadas e disse que todas serão respondidas. “Estamos construindo um novo decreto com diversas secretarias e fazendo a revisão em relação à proteção aos pertences dos moradores de rua e instaurando uma auditoria dos serviços para ver quais são os problemas”, disse Sabará.

Para Suplicy, a audiência teve um avanço pelo fato de que um canal de diálogo foi aberto. “O secretário ouviu todas as questões e disse que irá responder e modificar o decreto.”

Nova reunião da Comissão de Direitos Humanos para tratar da questão das pessoas em situação de rua foi marcada para o dia 1º de junho na Câmara Municipal.